27 de maio de 2010

Ato Público em Defesa da Cidade de São Paulo e de seus Moradores


Precisamos nos mobilizar em defesa de nossa cidade!!

Todos e todas ao Ato Público em Defesa de uma Cidade Sustentável e Includente!!

Por uma cidade boa de se viver!! Não à especulação imobiliária voraz e predatória!!

02 de junho, quarta-feira, 10h00, em frente à Câmara Municipal de São Paulo

Após um longo período de lutas, promovido pela sociedade civil organizada, que impediu a aprovação, pela Câmara, de um Plano Diretor que privilegiava o setor imobiliário em detrimento da sustentabilidade e qualidade de vida de nossa cidade, eis que os vereadores (parte dos quais com campanhas financiadas pela Associação Imobiliária Brasileira), resolvem montar um substitutivo ao Projeto de Lei 671 do Executivo, apresentado nesta última segunda-feira, a portas fechadas, na Câmara Municipal, sem qualquer envolvimento da sociedade.
A Frente em Defesa de um Plano Diretor Participativo repudia este processo e exige que o Plano Diretor seja resultado de um trabalho sério e criterioso, que leve em conta os conhecimentos técnicos existentes e os desafios que São Paulo vai enfrentar por conta das mudanças climáticas locais e que respeite a capacidade de suporte de nossa cidade e a qualidade de vida de seus moradores.
O Mover Lapa e as demais entidades signatárias do abaixo-assinado da Frente pedem a todos e a todas que estejam presentes ao ATO PÚBLICO EM DEFESA DE UM PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO E DEMOCRÁTICO e que o divulguem amplamente.
DIA 02 DE JUNHO, 4ª-Feira, às 10hs, NA FRENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO (Viaduto Jacareí, nº 100).
Venha de preto, ou com a camiseta da sua Entidade, em luto pela nossa Cidade.
A Câmara Municipal de São Paulo está fazendo um NOVO Plano Diretor em reuniões fechadas aos cidadãos!
ISTO É ILEGAL E INADMISSÍVEL!
Venha defender o direito a uma cidade digna!
O Plano Diretor define o futuro da nossa cidade, e de todos nós!
DIGA NÃO AO PLANO DIRETOR IMOBILIÁRIO POR UMA SÃO PAULO JUSTA E SUSTENTÁVEL!!!

18 de maio de 2010

Um Novo Parlamento é Possível!!


Nem tudo está perdido!

Precisamos eleger pessoas éticas e comprometidas com os interesses maiores da sociedade!


Relatório de José Eduardo Martins Cardozo sobre o Ficha Limpa é aprovado sem alterações na Câmara dos Deputados

O movimento que mobilizou a sociedade pela moralização na política e conseguiu arrecadar mais de 1,5 milhão de assinaturas para a proposição do chamado projeto Ficha Limpa, de autoria popular, teve uma grande vitória nesta semana.
O relatório feito pelo deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) foi aprovado integralmente na Câmara dos Deputados. “Foi uma vitória da população, da moralidade e da ética na política", comemorou Cardozo, um defensor histórico da ética na política.
O Ficha Limpa prevê que pessoas condenadas em segunda instância ou por órgão colegiado não possam concorrer a cargos públicos.
O projeto agora segue para o Senado, que terá pouco mais de um mês para aprová-lo a tempo de a regra ter chances jurídicas de valer para as eleições de outubro.

Texto de Cardozo amplia inegibilidade

O texto substitutivo apresentado por Cardozo ampliou os casos de inelegibilidade e unificou em oito anos o período de proibição de candidaturas.

Em seu texto, Cardozo manteve toda a estrutura principal do projeto e incluiu a inelegibilidade para quem faz doações para campanhas de forma ilegais.

O relatório de José Eduardo Cardozo propôs que sejam barrados nas urnas condenados por crimes:

Contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público;
Contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falência;
Contra o meio ambiente e a saúde pública;
Eleitorais, para os quais a lei culmine em pena privativa de liberdade;
Abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública;
Lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores;
Tráfico de entorpecentes e drogas afins;
Racismo, tortura, terrorismo e hediondos;
Redução à condição análoga à de escravo;
Contra a vida e a dignidade sexual; e praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando.

Os magistrados e membros do Ministério Público que sofrerem sanções disciplinares, ou que tenham deixado o cargo para evitá-las, também ficarão inelegíveis.

Quem perder registro ou tiver seu diploma de eleito cassados por decisão da Justiça Eleitoral também é inelegível.

O texto prevê ainda o efeito suspensivo para viabilizar a candidatura.

O recurso, porém, será julgado com prioridade.

“Dessa forma, quem obtiver a permissão para ser candidato verá também o processo contra si ser acelerado. É uma forma de acelerar o processo e evitar que a decisão vá sendo eternamente postergada", afirmou o deputado.

Texto e empenho de Cardozo elogiados

O líder da bancada do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PE) elogiou o trabalho realizado pelo deputado José Eduardo Cardozo. "Ele conseguiu com a maestria e a prudência necessárias manter um texto que resguarda as preocupações da sociedade com a ética, valoriza o Congresso e honra a tradição do PT na defesa da ética na política", destacou Ferro.

Líderes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, da CNBB, de entidades, deputados, magistrados, jornalistas e a sociedade, por meio de mensagens de email e via Twitter também elogiaram o empenho do deputado Cardozo pela aprovação do projeto.

No Twitter, a rede de microblogguing onde Cardozo mantém perfil, foram dezenas de manifestações de apoio. Para @PAULO_PUGLIERO “é uma honra saber que o País tem homens na política feito o grande relator do projeto FICHA LIMPA a poucos minutos aprovado!” O @Raffa13br parabenizou o deputado pelo brilhante trabalho. “Pena que seu mandato acaba e sua legislatura não terá continuação.”

Em sua coluna na Folha de S.Paulo (13.05.2010), Janio de Freitas faz uma análise sobre o projeto.

Ficha Limpa (Folha de S.Paulo)

A aprovação do projeto Ficha Limpa na Câmara foi uma boa surpresa onde e quando não estavam mais esperadas

O DESCASO COM que foi recebida a aprovação, na Câmara, do projeto Ficha Limpa não corresponde à significância do fato.

Tanto se falou de manobras e protelações contra esse projeto de iniciativa popular, que prevaleceu para o noticiário a suposição de que aprovada foi uma desfiguração da proposta original, com as muitas emendas tentadas em benefício dos candidatos de ficha (ou vida) suja.

O que houve, no entanto, foi uma boa vitória na batalha travada até os lances finais por esse projeto chegado à Câmara já com 1,3 milhão de assinaturas de eleitores.

Convém ficar claro o fundamento de uma alteração que, à primeira vista, invalidava o rigor do projeto.

Era a substituição da proposta de veto a candidaturas de condenados logo na primeira instância judicial, por um único juiz, pelo veto às de condenados em coletivo de juízes.

Aí há uma atenuação, sim, mas para maior garantia contra o uso do Judiciário por artimanhas, ressentimento e interesse político ou pessoal, coisas possíveis em confrontos, sobretudo, no interior menos visível.

Julgamentos por câmaras de desembargadores e daí para cima previnem melhor eventuais manobras e erros.

E, como garantia complementar, o vetado ganha o direito de prioridade para o seu recurso, se o quiser.

A aprovação, em si, merece duas observações.

De uma parte, trata-se do chamado projeto de iniciativa popular, cuja aprovação vale como uma advertência para a presença desse direito na Constituição.

À falta de comunhão entre Congresso e opinião pública, acionar frequentes projetos populares seria, quando menos, estimular e educar para a participação política, com seus reflexos em maior consciência na escolha do voto e na adesão partidária.

De outra parte, foi um caso raro de aprovação contra o interesse de grande número de parlamentares, de muitos dirigentes partidários e inúmeros inscritos em partidos para candidatar-se e dar suas contribuições à campanha dos principais candidatos da respectiva sigla.

As pressões da corrente mais ativa da opinião pública cumpriu papel fundamental sobre as bancadas mais influentes.

As centenas de milhares de adesões ao projeto que continuaram chegando à Câmara e as frequentes manifestações influíram muito para o resultado final.

Assim como o hábil substitutivo do relator José Eduardo Cardozo, o acordo de líderes em torno desse texto para a derrubada final de emendas deformadoras, e alguns recursos regimentais aplicados na presidência por Michel Temer.

Se, para arrematar, considerarmos o que se poderia prever da Câmara tão desgastada, além de tudo a aprovação do Ficha Limpa foi uma boa surpresa onde e quando não estavam mais esperadas.

Faltam a votação no Senado, sem maiores problemas à vista, e a decisão sobre a possibilidade de aplicar o Ficha Limpa já nas eleições deste ano.

No mínimo, essa vitória se projeta sobre o futuro.

Janio de Freitas
Folha de S.Paulo - Brasil13/05/2010

15 de maio de 2010

E a Comissão de Política Urbana da Câmara continua "costurando" o Frankstein....


















Em 13 de maio, a Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Municipal realizou mais uma reunião de "corte-cola" para "rever" o Plano Diretor de uma das maiores cidades da América Latina.
Dividindo partes do Plano entre os parlamentares, ouviu-se leitura de artigos e incisos desconectados e, se não bastasse, inúmeras emendas parlamentares foram encaminhadas para o relator "costurar" o substitutivo ao projeto de lei enviado pelo Executivo.
Pobre cidade, à mercê de trabalhos tão pouco embasados tecnicamente, um ajuntamento de coisas que não se conectam, realizado de forma tão pouco democrática.
A sociedade civil continua, por meio da Frente de Entidades em Defesa do Plano Diretor, manifestando seu repúdio a esse processo.
Queremos competência e lisura de procedimentos no trato das questões urbanas.
Não podemos nos submeter a ter o destino de nossa cidade nas mãos de um Legislativo que, em parte, teve suas campanhas financiadas pelo setor imobiliário que, sabemos, não é uma entidade filantrópica e que vê a cidade como um espaço de negócios e não de sustentabilidade e qualidade de vida.
Continuaremos lutando contra este estado de coisas!!
Fiquem atentos às informações deste blog pois a sociedade continuará se manifestando e precisa de apoio de todos e de todas!




10 de maio de 2010

Ainda sobre a reunião da Comissão de Política Urbana na Câmara em 03 de maio ....

Notícia do Movimento Nossa São Paulo

Publicado em: 04/05/2010

Trajando camisetas pretas com os dizeres “Por um Plano Diretor participativo”, “São Paulo para seus Moradores”, “Por uma Cidade Sustentável” e “Não ao Plano Diretor Imobiliário”, cerca de 20 integrantes da sociedade civil protestaram contra a revisão do Plano Diretor Estratégico da cidade que está em debate na Câmara Municipal.
A manifestação realizada nesta segunda-feira (3/5), durante reunião da comissão responsável pela elaboração da proposta de substitutivo ao projeto de lei do Executivo (PL 671/07), pegou os vereadores de surpresa e dominou os debates.
O protesto começou de forma silenciosa, tendo em vista que a informação inicial da comissão é que as entidades da sociedade civil não teriam direito à palavra nas reuniões.
Os manifestantes ficaram em pé mostrando os dizeres das camisetas e, em alguns momentos, se posicionaram de costas para os vereadores, enquanto estes continuavam a discutir os artigos do Plano Diretor.
Os parlamentares chegaram até a definir que a Habitação de Interesse Social (HIS) e a Habitação de Mercado Popular (HMP) são para famílias com renda de até seis e até 12 salários mínimos, respectivamente.A definição sobre HIS e HMP, entretanto, foi o único avanço na redação do substitutivo registrado no encontro.
Logo o vereador Chico Macena (PT) pediu a palavra para falar sobre o protesto silencioso que acontecia na frente dos parlamentares. “Gostaria de registrar a manifestação pacífica e democrática das entidades contrárias a revisão do Plano Diretor”, constatou.
A partir daí, o motivo do ato das entidades dominou os debates.
O presidente da comissão, Domingos Dissei (DEM), abriu a palavra aos representantes das entidades para que apresentassem suas propostas e críticas. “Falem pra gente onde está o problema, aqui é democrático, podem falar.” Lucila Lacreta, do Movimento Defenda São Paulo, afirmou que as reivindicações das 207 entidades que, atualmente, assinam o documento contra a revisão do Plano Diretor “foram exaustivamente apresentadas nas audiências públicas [realizadas no ano passado]”.
Dissei, porém, insistiu: “A informação que corre por aí é que os vereadores favorecem o setor imobiliário. Então, me digam qual o artigo que favorece o ramo imobiliário, onde o setor está sendo beneficiado?”.
Lucila desconsiderou a pergunta, argumentando que o vereador José Police Neto (PSDB), relator do projeto, recebeu todas as reivindicações das entidades. “Gostaríamos que ele [Police Neto] apresentasse quais propostas foram aproveitas e quais não foram”, explicou.
Em resposta, o relator informou que todos os questionamentos feitos durante as audiências públicas foram respondidos e disponibilizados na internet.
Ele explicou que ainda não é possível dizer o que será incorporado ao texto substitutivo, pois a proposta ainda está sendo construída pela comissão. “Cobrar dos parlamentares o que foi acolhido e o que não foi não me parece justo neste momento”, opinou Police Neto.

Entidades solicitam estudos sobre capacidade de suporte da cidade

Durante a continuidade do debate, os representantes das entidades questionaram a comissão sobre os cálculos de capacidade de suporte da cidade de São Paulo. “Onde estão estes estudos? Ninguém pode falar de Operação Urbana sem ter a capacidade de suporte”, exemplificou Ros Mari Zenha, também do Movimento Defenda São Paulo.
Chico Macena lembrou que, na primeira reunião, ele já havia solicitado à Prefeitura os estudos de cálculo de suporte, mas os documentos ainda não haviam sido entregues à comissão.
Police Neto, por sua vez, concordou que as informações deverão ser disponibilizadas aos vereadores e às entidades. “O cálculo de suporte não é só necessário, é obrigatório”, destacou. Ele entende, porém, que os estudos serão úteis em outro momento do debate e, não agora, quando se discute conceitos e diretrizes gerais do Plano Diretor
(Ros Mari: não posso deixar de fazer um comentário: vão discutir as informações sobre capacidade de suporte da cidade depois de elaborar o substitutivo, como se os conceitos ora em debate não tivessem relação com o assunto - é surreal!!).
Em diversos momentos, o vereador Domingos Dissei afirmou que as entidades da sociedade civil têm também direito à voz nas reuniões da comissão que preside.
REPORTAGEM: AIRTON GOES airton@isps.org.br

7 de maio de 2010

E o Legislativo continua reunido ...







No dia 03 de maio ocorreu mais uma reunião da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Municipal de São Paulo, capitaneada pelo vereador Dissei para discutir a revisão do Plano Diretor de São Paulo.

Representantes da Frente de Entidades em Defesa do Plano Diretor estiveram presentes e, por meio de um protesto silencioso, explicitaram o descontentamento da sociedade civil com o desenrolar deste processo de revisão.

Vestidos com camisetas pretas, com inscrições como Não ao Plano Diretor Imobiliário, São Paulo para seus Moradores, Por um Plano Diretor Participativo e Por uma Cidade Sustentável e, nas costas, Frente em Defesa do Plano Diretor, os representantes reafirmaram sua posição contrária ao processo de revisão em curso.

As justificativas para esta posição estão contidas no Manifesto da Frente que se encontra disponibilizado, na íntegra, neste blog (marcador Plano Diretor de São Paulo).

Manifesto aos Paulistanos - Frente de Entidades em Defesa do Plano Diretor

Em o6 de maio, a Frente de Entidades em Defesa do Plano Diretor aprovou um Manifesto a ser distribuído à população paulistana e aos meios de comunicação. O Mover Lapa pede que todos ajudem em sua ampla divulgação, disponibilizando o texto em sites, blogs, reencaminhando por e-mail e distribuindo-o a vizinhos, parentes e amigos. Mantenham-se atentos às informações deste blog.


MANIFESTO AOS PAULISTANOS

FRENTE DE ENTIDADES EM DEFESA DO PLANO DIRETOR

Os cidadãos paulistanos e o conjunto das entidades da Sociedade Civil foram surpreendidos com a insólita decisão dos vereadores da Câmara Municipal de elaborarem e discutirem, de forma reservada, um novo projeto de revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE), ainda não divulgado, destinado a ser aprovado em poucas semanas, o que permitiria, a seguir, propor um novo plano de uso e ocupação do solo de interesse direto do setor imobiliário, para o qual os vereadores já prepararam mais de uma centena de emendas de caráter pontual e casuístico.

Essa iniciativa dos vereadores revela-se inaceitável por três razões principais:

1- Por passar ao largo do processo em curso pelo qual o Plano Diretor vigente até 2012 deve ser implementado por meio de inúmeras providências técnicas e administrativas ainda não assumidas, o que inclui, por exemplo, a elaboração do Plano de Transportes e Circulação, do Plano Habitacional e do Plano de Drenagem Urbana. Nesse processo, a tarefa específica que cabe à Câmara Municipal não é a formulação de um novo Plano Diretor mas o de aprovar alterações cabíveis propostas pela prática nas medidas estratégicas presentes no Plano Diretor instituído pela Lei 13.430/2002.

2- Por descumprir os dispositivos constitucionais (Estatuto da Cidade – Lei Federal 10.257-2001) que exigem que todas as fases e partes do Plano Diretor se baseiem em ampla participação popular, considerando que no longo prazo de vigência do Plano, abrangendo vários governos, é a sociedade que sofrerá seus efeitos, colherá seus benefícios e arcará com os encargos.

3- Pelo método adotado pelo Legislativo não ser confiável: é evidente que se pretende consagrar em lei, no prazo de poucas semanas, as decisões tomadas por um coletivo de políticos, sem a suficiente avaliação técnica e debate democrático, o que trará como resultado um Plano desconexo, arbitrário e imprevisível, elaborado ao sabor da preferência momentânea de vereadores presentes, fórmula perfeita para o que muitos já designam como Plano Frankenstein.

Não encontramos justificativa para esse comportamento suspeito e de alto risco adotado pela Câmara Municipal, a não ser a vontade de reforçar o caráter centralizador, excludente e manipulador deste novo projeto de revisão do Plano Diretor, o que poderá servir aos interesses dos próprios vereadores e de seus apoiadores econômicos notadamente os do setor imobiliário.

Preocupada com esta situação, a Sociedade Civil vem fazendo sua parte.

Por meio de conjunto de entidades de inquestionável representatividade, que hoje somam 207 (veja lista em www.grupos.com.br/blog/plano-diretor/), tem apresentado críticas e sugestões às propostas de revisão do Plano Diretor, seja na forma de documentos que propõem um debate dos conteúdos e do método do Plano, seja promovendo ações judiciais.

É inaceitável, portanto, que o Legislativo municipal apoiado pelo Executivo, desconheça agora todo este esforço por um Plano competente, sério e democrático e se permita recomeçar esse processo a partir de novas e discutíveis premissas, em um contexto totalmente adverso, em que não existe qualquer perspectiva de se chegar a um resultado que seja confiável para o conjunto da Sociedade e coerente com os parâmetros legais já estabelecidos.

Assim, a Frente de Entidades em Defesa do Plano Diretor reivindica:

- Que a Câmara Municipal devolva ao Executivo o projeto de revisão do Plano Diretor Estratégico para que seja enquadrado nos parâmetros estabelecidos em no artigo 293 da Lei 13.430/02 (PDE);

- Que todos os elementos substantivos referentes ao conteúdo do Plano Diretor sejam apresentados como subsídios ao processo de revisão e aperfeiçoamento do Plano Diretor para 2012-2022, cujos objetivos, diretrizes, estratégias e políticas públicas possam ser definidos em um processo que assegure a amplitude, a consistência técnica e política exigida pela Sociedade democrática para construir a cidade desejada por todos nós.

6 de maio de 2010

Por um Plano Diretor Democrático e Sério - nossa luta continua!!


O Jornal Folha de São Paulo, de 04 de maio de 2010, em sua seção Tendências e Debates, publicou artigo de um dos diretores do Movimento Defenda São Paulo, cujo conteúdo traduz o entendimento da Frente em Defesa do Plano Diretor a respeito dos acontecimentos recentes atinentes à revisão do PDE pelo Legislativo Paulista. Para nossa reflexão...

Por um Plano Diretor democrático e sério


LUIZ CARLOS COSTA

O novo projeto de revisão do Plano Diretor de SP não pode servir apenas aos interesses dos próprios vereadores e de seus apoiadores econômicos

OS CIDADÃOS paulistanos e o conjunto das entidades da sociedade civil foram recentemente surpreendidos com a insólita decisão dos vereadores da Câmara Municipal de elaborar, de forma reservada, um novo projeto de revisão do Plano Diretor, ainda não divulgado, destinado a ser aprovado nas próximas semanas.

É o que permitiria propor a seguir um novo plano de uso e ocupação do solo, de interesse direto do setor imobiliário, para o qual vereadores já teriam preparados dezenas de emendas de caráter pontual e casuístico.

Essa iniciativa dos vereadores revela-se inaceitável para os paulistanos por várias razões.

Primeiro, por desconhecer na prática que o atual Plano Diretor é vigente até 2012 e que deve ser implementado por inúmeras medidas técnicas e administrativas, das quais muitas não foram ainda providenciadas.

Como, por exemplo, a elaboração do Plano de Transportes e Circulação e do Plano Habitacional.

Dessa implementação faz parte uma revisão das medidas operacionais constantes do plano, a ser feita de acordo com a experiência desenvolvida até o momento.

A tarefa específica que cabe à Câmara é o estudo e aprovação do projeto de lei que institui essa revisão, e não a formulação extemporânea de um novo Plano Diretor.

Segundo, a iniciativa do Legislativo é inaceitável por descumprir os dispositivos constitucionais (Estatuto da Cidade).

Estas exigem que todas as fases e partes do Plano Diretor se baseiem em ampla participação popular, considerando que, no longo prazo de vigência desse plano, abrangendo vários governos, é a sociedade que sofrerá seus efeitos, colherá seus benefícios e arcará com seus encargos.

Terceiro, o método adotado pelo Legislativo não é confiável, pois é evidente que se pretende, a curto prazo, consagrar em lei as decisões tomadas por um coletivo restrito de políticos.

Sem a suficiente avaliação técnica e debate democrático, traria como resultado um plano desconexo, arbitrário e imprevisível, elaborado ao sabor da preferência momentânea de vereadores presentes, fórmula perfeita para o que muitos já designam como "Plano Frankenstein".

Não encontramos justificativa para esse comportamento suspeito e de alto risco adotado pela Câmara, a não ser a vontade de reforçar o caráter centralizador, excludente e manipulador deste novo projeto de revisão do Plano Diretor, o que poderia servir apenas aos interesses dos próprios vereadores e de seus apoiadores econômicos, notadamente aqueles do setor imobiliário.

É preciso lembrar que, no processo de revisão do Plano Diretor, a sociedade civil vem fazendo sua parte. Por meio de conjunto de entidades de inquestionável representatividade, que hoje são quase 210 (veja lista em www.grupos.com.br/blog/Plano-Diretor/), reunidas na Frente em Defesa do Plano Diretor.

Essas entidades têm apresentado críticas e sugestões objetivas às propostas de conteúdo e método da revisão encaminhadas pelo Executivo, bem como têm promovido as ações judiciais cabíveis para preservar sua consistência legal.

Não é razoável, portanto, que o Legislativo municipal, apoiado pelo Executivo, desconheça agora todo esse esforço por um plano competente, sério e democrático e se permita recomeçar o processo de revisão a partir de novas e discutíveis premissas, em um contexto totalmente adverso, em que não existe qualquer perspectiva de se chegar, nos prazos previstos, a um resultado que seja confiável para o conjunto da sociedade e coerente com os parâmetros legais já estabelecidos.

Assim, é fundamental estarem presentes as duas reivindicações principais apresentadas pela sociedade civil, cujo atendimento torna-se agora, mais do que nunca, necessário:

1) Que se devolva ao Executivo o projeto de revisão do Plano Diretor, para que seja enquadrado nos parâmetros estabelecidos no artigo 293 da lei nº 13.430/02 (que instituiu o Plano Diretor Estratégico na cidade de São Paulo);

2) Que todos os elementos substantivos referentes ao conteúdo do Plano Diretor, ora considerados de forma aleatória e extemporânea, passem a ser ordenadamente formulados como subsídios ao processo de elaboração do Plano Diretor de 2012 a 2022, destinado a aperfeiçoar e dar continuidade ao plano hoje vigente.Daí a importância desse processo de elaboração ser discutido e definido o quanto antes, de forma a assegurar-lhe a amplitude e a consistência técnica e política necessárias para engajar-se na construção planejada da cidade desejada por todos.

LUIZ CARLOS COSTA , 74, professor aposentado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, consultor em planejamento, é diretor do Movimento Defenda São Paulo.