27 de maio de 2010

Ato Público em Defesa da Cidade de São Paulo e de seus Moradores


Precisamos nos mobilizar em defesa de nossa cidade!!

Todos e todas ao Ato Público em Defesa de uma Cidade Sustentável e Includente!!

Por uma cidade boa de se viver!! Não à especulação imobiliária voraz e predatória!!

02 de junho, quarta-feira, 10h00, em frente à Câmara Municipal de São Paulo

Após um longo período de lutas, promovido pela sociedade civil organizada, que impediu a aprovação, pela Câmara, de um Plano Diretor que privilegiava o setor imobiliário em detrimento da sustentabilidade e qualidade de vida de nossa cidade, eis que os vereadores (parte dos quais com campanhas financiadas pela Associação Imobiliária Brasileira), resolvem montar um substitutivo ao Projeto de Lei 671 do Executivo, apresentado nesta última segunda-feira, a portas fechadas, na Câmara Municipal, sem qualquer envolvimento da sociedade.
A Frente em Defesa de um Plano Diretor Participativo repudia este processo e exige que o Plano Diretor seja resultado de um trabalho sério e criterioso, que leve em conta os conhecimentos técnicos existentes e os desafios que São Paulo vai enfrentar por conta das mudanças climáticas locais e que respeite a capacidade de suporte de nossa cidade e a qualidade de vida de seus moradores.
O Mover Lapa e as demais entidades signatárias do abaixo-assinado da Frente pedem a todos e a todas que estejam presentes ao ATO PÚBLICO EM DEFESA DE UM PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO E DEMOCRÁTICO e que o divulguem amplamente.
DIA 02 DE JUNHO, 4ª-Feira, às 10hs, NA FRENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO (Viaduto Jacareí, nº 100).
Venha de preto, ou com a camiseta da sua Entidade, em luto pela nossa Cidade.
A Câmara Municipal de São Paulo está fazendo um NOVO Plano Diretor em reuniões fechadas aos cidadãos!
ISTO É ILEGAL E INADMISSÍVEL!
Venha defender o direito a uma cidade digna!
O Plano Diretor define o futuro da nossa cidade, e de todos nós!
DIGA NÃO AO PLANO DIRETOR IMOBILIÁRIO POR UMA SÃO PAULO JUSTA E SUSTENTÁVEL!!!

18 de maio de 2010

Um Novo Parlamento é Possível!!


Nem tudo está perdido!

Precisamos eleger pessoas éticas e comprometidas com os interesses maiores da sociedade!


Relatório de José Eduardo Martins Cardozo sobre o Ficha Limpa é aprovado sem alterações na Câmara dos Deputados

O movimento que mobilizou a sociedade pela moralização na política e conseguiu arrecadar mais de 1,5 milhão de assinaturas para a proposição do chamado projeto Ficha Limpa, de autoria popular, teve uma grande vitória nesta semana.
O relatório feito pelo deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) foi aprovado integralmente na Câmara dos Deputados. “Foi uma vitória da população, da moralidade e da ética na política", comemorou Cardozo, um defensor histórico da ética na política.
O Ficha Limpa prevê que pessoas condenadas em segunda instância ou por órgão colegiado não possam concorrer a cargos públicos.
O projeto agora segue para o Senado, que terá pouco mais de um mês para aprová-lo a tempo de a regra ter chances jurídicas de valer para as eleições de outubro.

Texto de Cardozo amplia inegibilidade

O texto substitutivo apresentado por Cardozo ampliou os casos de inelegibilidade e unificou em oito anos o período de proibição de candidaturas.

Em seu texto, Cardozo manteve toda a estrutura principal do projeto e incluiu a inelegibilidade para quem faz doações para campanhas de forma ilegais.

O relatório de José Eduardo Cardozo propôs que sejam barrados nas urnas condenados por crimes:

Contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público;
Contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falência;
Contra o meio ambiente e a saúde pública;
Eleitorais, para os quais a lei culmine em pena privativa de liberdade;
Abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública;
Lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores;
Tráfico de entorpecentes e drogas afins;
Racismo, tortura, terrorismo e hediondos;
Redução à condição análoga à de escravo;
Contra a vida e a dignidade sexual; e praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando.

Os magistrados e membros do Ministério Público que sofrerem sanções disciplinares, ou que tenham deixado o cargo para evitá-las, também ficarão inelegíveis.

Quem perder registro ou tiver seu diploma de eleito cassados por decisão da Justiça Eleitoral também é inelegível.

O texto prevê ainda o efeito suspensivo para viabilizar a candidatura.

O recurso, porém, será julgado com prioridade.

“Dessa forma, quem obtiver a permissão para ser candidato verá também o processo contra si ser acelerado. É uma forma de acelerar o processo e evitar que a decisão vá sendo eternamente postergada", afirmou o deputado.

Texto e empenho de Cardozo elogiados

O líder da bancada do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PE) elogiou o trabalho realizado pelo deputado José Eduardo Cardozo. "Ele conseguiu com a maestria e a prudência necessárias manter um texto que resguarda as preocupações da sociedade com a ética, valoriza o Congresso e honra a tradição do PT na defesa da ética na política", destacou Ferro.

Líderes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, da CNBB, de entidades, deputados, magistrados, jornalistas e a sociedade, por meio de mensagens de email e via Twitter também elogiaram o empenho do deputado Cardozo pela aprovação do projeto.

No Twitter, a rede de microblogguing onde Cardozo mantém perfil, foram dezenas de manifestações de apoio. Para @PAULO_PUGLIERO “é uma honra saber que o País tem homens na política feito o grande relator do projeto FICHA LIMPA a poucos minutos aprovado!” O @Raffa13br parabenizou o deputado pelo brilhante trabalho. “Pena que seu mandato acaba e sua legislatura não terá continuação.”

Em sua coluna na Folha de S.Paulo (13.05.2010), Janio de Freitas faz uma análise sobre o projeto.

Ficha Limpa (Folha de S.Paulo)

A aprovação do projeto Ficha Limpa na Câmara foi uma boa surpresa onde e quando não estavam mais esperadas

O DESCASO COM que foi recebida a aprovação, na Câmara, do projeto Ficha Limpa não corresponde à significância do fato.

Tanto se falou de manobras e protelações contra esse projeto de iniciativa popular, que prevaleceu para o noticiário a suposição de que aprovada foi uma desfiguração da proposta original, com as muitas emendas tentadas em benefício dos candidatos de ficha (ou vida) suja.

O que houve, no entanto, foi uma boa vitória na batalha travada até os lances finais por esse projeto chegado à Câmara já com 1,3 milhão de assinaturas de eleitores.

Convém ficar claro o fundamento de uma alteração que, à primeira vista, invalidava o rigor do projeto.

Era a substituição da proposta de veto a candidaturas de condenados logo na primeira instância judicial, por um único juiz, pelo veto às de condenados em coletivo de juízes.

Aí há uma atenuação, sim, mas para maior garantia contra o uso do Judiciário por artimanhas, ressentimento e interesse político ou pessoal, coisas possíveis em confrontos, sobretudo, no interior menos visível.

Julgamentos por câmaras de desembargadores e daí para cima previnem melhor eventuais manobras e erros.

E, como garantia complementar, o vetado ganha o direito de prioridade para o seu recurso, se o quiser.

A aprovação, em si, merece duas observações.

De uma parte, trata-se do chamado projeto de iniciativa popular, cuja aprovação vale como uma advertência para a presença desse direito na Constituição.

À falta de comunhão entre Congresso e opinião pública, acionar frequentes projetos populares seria, quando menos, estimular e educar para a participação política, com seus reflexos em maior consciência na escolha do voto e na adesão partidária.

De outra parte, foi um caso raro de aprovação contra o interesse de grande número de parlamentares, de muitos dirigentes partidários e inúmeros inscritos em partidos para candidatar-se e dar suas contribuições à campanha dos principais candidatos da respectiva sigla.

As pressões da corrente mais ativa da opinião pública cumpriu papel fundamental sobre as bancadas mais influentes.

As centenas de milhares de adesões ao projeto que continuaram chegando à Câmara e as frequentes manifestações influíram muito para o resultado final.

Assim como o hábil substitutivo do relator José Eduardo Cardozo, o acordo de líderes em torno desse texto para a derrubada final de emendas deformadoras, e alguns recursos regimentais aplicados na presidência por Michel Temer.

Se, para arrematar, considerarmos o que se poderia prever da Câmara tão desgastada, além de tudo a aprovação do Ficha Limpa foi uma boa surpresa onde e quando não estavam mais esperadas.

Faltam a votação no Senado, sem maiores problemas à vista, e a decisão sobre a possibilidade de aplicar o Ficha Limpa já nas eleições deste ano.

No mínimo, essa vitória se projeta sobre o futuro.

Janio de Freitas
Folha de S.Paulo - Brasil13/05/2010

15 de maio de 2010

E a Comissão de Política Urbana da Câmara continua "costurando" o Frankstein....


















Em 13 de maio, a Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Municipal realizou mais uma reunião de "corte-cola" para "rever" o Plano Diretor de uma das maiores cidades da América Latina.
Dividindo partes do Plano entre os parlamentares, ouviu-se leitura de artigos e incisos desconectados e, se não bastasse, inúmeras emendas parlamentares foram encaminhadas para o relator "costurar" o substitutivo ao projeto de lei enviado pelo Executivo.
Pobre cidade, à mercê de trabalhos tão pouco embasados tecnicamente, um ajuntamento de coisas que não se conectam, realizado de forma tão pouco democrática.
A sociedade civil continua, por meio da Frente de Entidades em Defesa do Plano Diretor, manifestando seu repúdio a esse processo.
Queremos competência e lisura de procedimentos no trato das questões urbanas.
Não podemos nos submeter a ter o destino de nossa cidade nas mãos de um Legislativo que, em parte, teve suas campanhas financiadas pelo setor imobiliário que, sabemos, não é uma entidade filantrópica e que vê a cidade como um espaço de negócios e não de sustentabilidade e qualidade de vida.
Continuaremos lutando contra este estado de coisas!!
Fiquem atentos às informações deste blog pois a sociedade continuará se manifestando e precisa de apoio de todos e de todas!




10 de maio de 2010

Ainda sobre a reunião da Comissão de Política Urbana na Câmara em 03 de maio ....

Notícia do Movimento Nossa São Paulo

Publicado em: 04/05/2010

Trajando camisetas pretas com os dizeres “Por um Plano Diretor participativo”, “São Paulo para seus Moradores”, “Por uma Cidade Sustentável” e “Não ao Plano Diretor Imobiliário”, cerca de 20 integrantes da sociedade civil protestaram contra a revisão do Plano Diretor Estratégico da cidade que está em debate na Câmara Municipal.
A manifestação realizada nesta segunda-feira (3/5), durante reunião da comissão responsável pela elaboração da proposta de substitutivo ao projeto de lei do Executivo (PL 671/07), pegou os vereadores de surpresa e dominou os debates.
O protesto começou de forma silenciosa, tendo em vista que a informação inicial da comissão é que as entidades da sociedade civil não teriam direito à palavra nas reuniões.
Os manifestantes ficaram em pé mostrando os dizeres das camisetas e, em alguns momentos, se posicionaram de costas para os vereadores, enquanto estes continuavam a discutir os artigos do Plano Diretor.
Os parlamentares chegaram até a definir que a Habitação de Interesse Social (HIS) e a Habitação de Mercado Popular (HMP) são para famílias com renda de até seis e até 12 salários mínimos, respectivamente.A definição sobre HIS e HMP, entretanto, foi o único avanço na redação do substitutivo registrado no encontro.
Logo o vereador Chico Macena (PT) pediu a palavra para falar sobre o protesto silencioso que acontecia na frente dos parlamentares. “Gostaria de registrar a manifestação pacífica e democrática das entidades contrárias a revisão do Plano Diretor”, constatou.
A partir daí, o motivo do ato das entidades dominou os debates.
O presidente da comissão, Domingos Dissei (DEM), abriu a palavra aos representantes das entidades para que apresentassem suas propostas e críticas. “Falem pra gente onde está o problema, aqui é democrático, podem falar.” Lucila Lacreta, do Movimento Defenda São Paulo, afirmou que as reivindicações das 207 entidades que, atualmente, assinam o documento contra a revisão do Plano Diretor “foram exaustivamente apresentadas nas audiências públicas [realizadas no ano passado]”.
Dissei, porém, insistiu: “A informação que corre por aí é que os vereadores favorecem o setor imobiliário. Então, me digam qual o artigo que favorece o ramo imobiliário, onde o setor está sendo beneficiado?”.
Lucila desconsiderou a pergunta, argumentando que o vereador José Police Neto (PSDB), relator do projeto, recebeu todas as reivindicações das entidades. “Gostaríamos que ele [Police Neto] apresentasse quais propostas foram aproveitas e quais não foram”, explicou.
Em resposta, o relator informou que todos os questionamentos feitos durante as audiências públicas foram respondidos e disponibilizados na internet.
Ele explicou que ainda não é possível dizer o que será incorporado ao texto substitutivo, pois a proposta ainda está sendo construída pela comissão. “Cobrar dos parlamentares o que foi acolhido e o que não foi não me parece justo neste momento”, opinou Police Neto.

Entidades solicitam estudos sobre capacidade de suporte da cidade

Durante a continuidade do debate, os representantes das entidades questionaram a comissão sobre os cálculos de capacidade de suporte da cidade de São Paulo. “Onde estão estes estudos? Ninguém pode falar de Operação Urbana sem ter a capacidade de suporte”, exemplificou Ros Mari Zenha, também do Movimento Defenda São Paulo.
Chico Macena lembrou que, na primeira reunião, ele já havia solicitado à Prefeitura os estudos de cálculo de suporte, mas os documentos ainda não haviam sido entregues à comissão.
Police Neto, por sua vez, concordou que as informações deverão ser disponibilizadas aos vereadores e às entidades. “O cálculo de suporte não é só necessário, é obrigatório”, destacou. Ele entende, porém, que os estudos serão úteis em outro momento do debate e, não agora, quando se discute conceitos e diretrizes gerais do Plano Diretor
(Ros Mari: não posso deixar de fazer um comentário: vão discutir as informações sobre capacidade de suporte da cidade depois de elaborar o substitutivo, como se os conceitos ora em debate não tivessem relação com o assunto - é surreal!!).
Em diversos momentos, o vereador Domingos Dissei afirmou que as entidades da sociedade civil têm também direito à voz nas reuniões da comissão que preside.
REPORTAGEM: AIRTON GOES airton@isps.org.br

7 de maio de 2010

E o Legislativo continua reunido ...







No dia 03 de maio ocorreu mais uma reunião da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Municipal de São Paulo, capitaneada pelo vereador Dissei para discutir a revisão do Plano Diretor de São Paulo.

Representantes da Frente de Entidades em Defesa do Plano Diretor estiveram presentes e, por meio de um protesto silencioso, explicitaram o descontentamento da sociedade civil com o desenrolar deste processo de revisão.

Vestidos com camisetas pretas, com inscrições como Não ao Plano Diretor Imobiliário, São Paulo para seus Moradores, Por um Plano Diretor Participativo e Por uma Cidade Sustentável e, nas costas, Frente em Defesa do Plano Diretor, os representantes reafirmaram sua posição contrária ao processo de revisão em curso.

As justificativas para esta posição estão contidas no Manifesto da Frente que se encontra disponibilizado, na íntegra, neste blog (marcador Plano Diretor de São Paulo).

Manifesto aos Paulistanos - Frente de Entidades em Defesa do Plano Diretor

Em o6 de maio, a Frente de Entidades em Defesa do Plano Diretor aprovou um Manifesto a ser distribuído à população paulistana e aos meios de comunicação. O Mover Lapa pede que todos ajudem em sua ampla divulgação, disponibilizando o texto em sites, blogs, reencaminhando por e-mail e distribuindo-o a vizinhos, parentes e amigos. Mantenham-se atentos às informações deste blog.


MANIFESTO AOS PAULISTANOS

FRENTE DE ENTIDADES EM DEFESA DO PLANO DIRETOR

Os cidadãos paulistanos e o conjunto das entidades da Sociedade Civil foram surpreendidos com a insólita decisão dos vereadores da Câmara Municipal de elaborarem e discutirem, de forma reservada, um novo projeto de revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE), ainda não divulgado, destinado a ser aprovado em poucas semanas, o que permitiria, a seguir, propor um novo plano de uso e ocupação do solo de interesse direto do setor imobiliário, para o qual os vereadores já prepararam mais de uma centena de emendas de caráter pontual e casuístico.

Essa iniciativa dos vereadores revela-se inaceitável por três razões principais:

1- Por passar ao largo do processo em curso pelo qual o Plano Diretor vigente até 2012 deve ser implementado por meio de inúmeras providências técnicas e administrativas ainda não assumidas, o que inclui, por exemplo, a elaboração do Plano de Transportes e Circulação, do Plano Habitacional e do Plano de Drenagem Urbana. Nesse processo, a tarefa específica que cabe à Câmara Municipal não é a formulação de um novo Plano Diretor mas o de aprovar alterações cabíveis propostas pela prática nas medidas estratégicas presentes no Plano Diretor instituído pela Lei 13.430/2002.

2- Por descumprir os dispositivos constitucionais (Estatuto da Cidade – Lei Federal 10.257-2001) que exigem que todas as fases e partes do Plano Diretor se baseiem em ampla participação popular, considerando que no longo prazo de vigência do Plano, abrangendo vários governos, é a sociedade que sofrerá seus efeitos, colherá seus benefícios e arcará com os encargos.

3- Pelo método adotado pelo Legislativo não ser confiável: é evidente que se pretende consagrar em lei, no prazo de poucas semanas, as decisões tomadas por um coletivo de políticos, sem a suficiente avaliação técnica e debate democrático, o que trará como resultado um Plano desconexo, arbitrário e imprevisível, elaborado ao sabor da preferência momentânea de vereadores presentes, fórmula perfeita para o que muitos já designam como Plano Frankenstein.

Não encontramos justificativa para esse comportamento suspeito e de alto risco adotado pela Câmara Municipal, a não ser a vontade de reforçar o caráter centralizador, excludente e manipulador deste novo projeto de revisão do Plano Diretor, o que poderá servir aos interesses dos próprios vereadores e de seus apoiadores econômicos notadamente os do setor imobiliário.

Preocupada com esta situação, a Sociedade Civil vem fazendo sua parte.

Por meio de conjunto de entidades de inquestionável representatividade, que hoje somam 207 (veja lista em www.grupos.com.br/blog/plano-diretor/), tem apresentado críticas e sugestões às propostas de revisão do Plano Diretor, seja na forma de documentos que propõem um debate dos conteúdos e do método do Plano, seja promovendo ações judiciais.

É inaceitável, portanto, que o Legislativo municipal apoiado pelo Executivo, desconheça agora todo este esforço por um Plano competente, sério e democrático e se permita recomeçar esse processo a partir de novas e discutíveis premissas, em um contexto totalmente adverso, em que não existe qualquer perspectiva de se chegar a um resultado que seja confiável para o conjunto da Sociedade e coerente com os parâmetros legais já estabelecidos.

Assim, a Frente de Entidades em Defesa do Plano Diretor reivindica:

- Que a Câmara Municipal devolva ao Executivo o projeto de revisão do Plano Diretor Estratégico para que seja enquadrado nos parâmetros estabelecidos em no artigo 293 da Lei 13.430/02 (PDE);

- Que todos os elementos substantivos referentes ao conteúdo do Plano Diretor sejam apresentados como subsídios ao processo de revisão e aperfeiçoamento do Plano Diretor para 2012-2022, cujos objetivos, diretrizes, estratégias e políticas públicas possam ser definidos em um processo que assegure a amplitude, a consistência técnica e política exigida pela Sociedade democrática para construir a cidade desejada por todos nós.

6 de maio de 2010

Por um Plano Diretor Democrático e Sério - nossa luta continua!!


O Jornal Folha de São Paulo, de 04 de maio de 2010, em sua seção Tendências e Debates, publicou artigo de um dos diretores do Movimento Defenda São Paulo, cujo conteúdo traduz o entendimento da Frente em Defesa do Plano Diretor a respeito dos acontecimentos recentes atinentes à revisão do PDE pelo Legislativo Paulista. Para nossa reflexão...

Por um Plano Diretor democrático e sério


LUIZ CARLOS COSTA

O novo projeto de revisão do Plano Diretor de SP não pode servir apenas aos interesses dos próprios vereadores e de seus apoiadores econômicos

OS CIDADÃOS paulistanos e o conjunto das entidades da sociedade civil foram recentemente surpreendidos com a insólita decisão dos vereadores da Câmara Municipal de elaborar, de forma reservada, um novo projeto de revisão do Plano Diretor, ainda não divulgado, destinado a ser aprovado nas próximas semanas.

É o que permitiria propor a seguir um novo plano de uso e ocupação do solo, de interesse direto do setor imobiliário, para o qual vereadores já teriam preparados dezenas de emendas de caráter pontual e casuístico.

Essa iniciativa dos vereadores revela-se inaceitável para os paulistanos por várias razões.

Primeiro, por desconhecer na prática que o atual Plano Diretor é vigente até 2012 e que deve ser implementado por inúmeras medidas técnicas e administrativas, das quais muitas não foram ainda providenciadas.

Como, por exemplo, a elaboração do Plano de Transportes e Circulação e do Plano Habitacional.

Dessa implementação faz parte uma revisão das medidas operacionais constantes do plano, a ser feita de acordo com a experiência desenvolvida até o momento.

A tarefa específica que cabe à Câmara é o estudo e aprovação do projeto de lei que institui essa revisão, e não a formulação extemporânea de um novo Plano Diretor.

Segundo, a iniciativa do Legislativo é inaceitável por descumprir os dispositivos constitucionais (Estatuto da Cidade).

Estas exigem que todas as fases e partes do Plano Diretor se baseiem em ampla participação popular, considerando que, no longo prazo de vigência desse plano, abrangendo vários governos, é a sociedade que sofrerá seus efeitos, colherá seus benefícios e arcará com seus encargos.

Terceiro, o método adotado pelo Legislativo não é confiável, pois é evidente que se pretende, a curto prazo, consagrar em lei as decisões tomadas por um coletivo restrito de políticos.

Sem a suficiente avaliação técnica e debate democrático, traria como resultado um plano desconexo, arbitrário e imprevisível, elaborado ao sabor da preferência momentânea de vereadores presentes, fórmula perfeita para o que muitos já designam como "Plano Frankenstein".

Não encontramos justificativa para esse comportamento suspeito e de alto risco adotado pela Câmara, a não ser a vontade de reforçar o caráter centralizador, excludente e manipulador deste novo projeto de revisão do Plano Diretor, o que poderia servir apenas aos interesses dos próprios vereadores e de seus apoiadores econômicos, notadamente aqueles do setor imobiliário.

É preciso lembrar que, no processo de revisão do Plano Diretor, a sociedade civil vem fazendo sua parte. Por meio de conjunto de entidades de inquestionável representatividade, que hoje são quase 210 (veja lista em www.grupos.com.br/blog/Plano-Diretor/), reunidas na Frente em Defesa do Plano Diretor.

Essas entidades têm apresentado críticas e sugestões objetivas às propostas de conteúdo e método da revisão encaminhadas pelo Executivo, bem como têm promovido as ações judiciais cabíveis para preservar sua consistência legal.

Não é razoável, portanto, que o Legislativo municipal, apoiado pelo Executivo, desconheça agora todo esse esforço por um plano competente, sério e democrático e se permita recomeçar o processo de revisão a partir de novas e discutíveis premissas, em um contexto totalmente adverso, em que não existe qualquer perspectiva de se chegar, nos prazos previstos, a um resultado que seja confiável para o conjunto da sociedade e coerente com os parâmetros legais já estabelecidos.

Assim, é fundamental estarem presentes as duas reivindicações principais apresentadas pela sociedade civil, cujo atendimento torna-se agora, mais do que nunca, necessário:

1) Que se devolva ao Executivo o projeto de revisão do Plano Diretor, para que seja enquadrado nos parâmetros estabelecidos no artigo 293 da lei nº 13.430/02 (que instituiu o Plano Diretor Estratégico na cidade de São Paulo);

2) Que todos os elementos substantivos referentes ao conteúdo do Plano Diretor, ora considerados de forma aleatória e extemporânea, passem a ser ordenadamente formulados como subsídios ao processo de elaboração do Plano Diretor de 2012 a 2022, destinado a aperfeiçoar e dar continuidade ao plano hoje vigente.Daí a importância desse processo de elaboração ser discutido e definido o quanto antes, de forma a assegurar-lhe a amplitude e a consistência técnica e política necessárias para engajar-se na construção planejada da cidade desejada por todos.

LUIZ CARLOS COSTA , 74, professor aposentado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, consultor em planejamento, é diretor do Movimento Defenda São Paulo.

29 de abril de 2010

URGENTE!! Encontro da Frente de Entidades em Defesa do Plano Diretor de São Paulo

AGENDE SUA PARTICIPAÇÃO!!

AJUDE-NOS A DIVULGAR!!

Encontro da Frente das Entidades em Defesa do Plano Diretor Estratégico da Cidade de São Paulo.

Dia 06 de maio, quinta-feira, 18h30

Local: SEDE DA UNIÃO DOS MOVIMENTOS DE MORADIA
Rua Conselheiro Furtado, 692 — 1º andar
Centro (10 minutos do Metrô Sé ou Metrô Liberdade)

A Comissão de Vereadores da Câmara Municipal de São Paulo continua elaborando um texto substitutivo ao Projeto de Lei de Revisão do Plano Diretor Estratégico, já que esse projeto substitutivo não foi apresentado pela Comissão de Política Urbana em 2009.

O PLANO DIRETOR DA CIDADE DE SÃO PAULO ENCONTRA-SE DIVIDIDO NAS MÃOS DE ALGUNS VEREADORES PARA QUE ACRESCENTEM AS EMENTAS DE SEUS INTERESSES DA FORMA QUE LHES CONVÊM!

São 55 vereadores que apresentam suas emendas — e na base do “acordão” e de um pseudo consenso, o texto de um PDE Frankstein poderá ser aprovado, colocando em enorme risco o futuro da Cidade de São Paulo, inviabilizando mais uma vez a oportunidade de ser assegurada a sustentabilidade urbana — ambiental, econômica e social.

Observa-se claramente que a sociedade civil está mais uma vez sendo afastada desse processo de construção legislativa, num processo relâmpago que tem agora nova data para terminar — dia 14 de maio!


Participe do grupo de discussão - inscreva-se mandando uma mensagem para o e-mail abaixo:plano-diretor@grupos.com.br

21 de abril de 2010

O que aconteceu no evento "Diálogos sobre a Vila Romana: Estratégias para o Desenvolvimento Sustentável do Bairro"






“Diálogos sobre a Vila Romana: Estratégias para o Desenvolvimento Sustentável do Bairro”: como essa reflexão se relaciona com a revisão do Plano Diretor de nossa cidade

Em 19 de abril de 2010, os moradores da Vila Romana reuniram-se, no SENAC Lapa Scipião, para trocar idéias sobre o futuro do bairro e sobre a situação atual da revisão do Plano Diretor (PD) de nossa cidade na Câmara Municipal.

Uniram-se, para promover esse diálogo, o SENAC Lapa, o Núcleo de Ação Local Vila Romana, o Conselho de Segurança da Lapa - Conseg, o Movimento Defenda São Paulo – MDSP e o Mover, com o apoio do CIESP Distrital Oeste.

Os principais problemas do bairro foram apontados pelos representantes das entidades (Adriano Romão pela coordenação do Núcleo de Ação Local Vila Romana, Cleide Coutinho - Presidente do Conseg Lapa e Ros Mari Zenha pelo Mover e Diretoria do Ambiente Construído - MDSP), que entregaram aos presentes um Manifesto contendo suas principais reivindicações, que se encontra ao final deste relato.

Lucila Lacreta, Diretora Executiva do MDSP, em sua intervenção sobre “bairros sustentáveis”, destacou a importância da legislação e dos instrumentos urbanísticos de planejamento urbano e metropolitano, em especial o Plano Diretor.

Aproveitamos para lembrar que, neste momento, o PD encontra-se tramitando na Câmara Municipal.

Relembrando: o Executivo Municipal encaminhou à Câmara o projeto de lei 671 – de revisão do Plano Diretor Estratégico de 2002, questionado por uma Frente de Entidades da Sociedade Civil (no total de 207) junto ao Ministério Público há quase três anos, pelas incorreções que continha, por extrapolar o que a própria lei determinava e por não ter permitido a participação da população nos moldes exigidos pela legislação do Estatuto da Cidade (lei federal).

Em função disso, o Legislativo realizou cerca de 40 audiências públicas para debater o conteúdo do projeto de lei (incluindo a Lapa) e a Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente produziu um relatório (dezembro de 2009).

No início de 2010, a imprensa passa a informar a população sobre os processos movidos contra vários vereadores pelo Ministério Público Eleitoral por conta do financiamento de campanhas. Muitos deles receberam recursos significativos do setor imobiliário e passou-se a questionar a isenção que teriam para se manifestar e votar o Plano Diretor de nossa cidade.

Mas, agora em abril, a Câmara retomou o assunto, criando uma Comissão composta por vereadores da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente (vereadores Dissei/DEM – Presidente, Toninho Paiva/PR – o que votou contra o tombamento integral da Fábrica Cia. Melhoramentos, Paulo Frange/PTB, Mara Gabrilli/PSDB, Chico Macena/PT, Claudio Prado/PDT e Police Neto/PSDB) e representantes dos partidos políticos (Trípoli/PV, Bispo Atílio/PRB, Claudio Fonseca/PPS, Jamil Murad/PCdoB, Eliseu Gabriel/PSB e alguém do PMDB ainda a definir).

Esta Comissão está se reunindo a portas fechadas (caso o cidadão ou a cidadã entrem na sala, podem ouvir, mas não podem falar) para analisar o projeto de lei 671 do Executivo que, na tramitação parlamentar, já havia passado pelo crivo de 3 comissões da Casa.

As reuniões ocorrem às segundas-feiras (às 14h00) e às quintas-feiras (13h00), no 1º. Subsolo da Câmara Municipal, até o dia 04 de maio quando os parlamentares pretendem encerrar os trabalhos.

O relatório de dezembro de 2009, “fruto” das cerca de 40 audiências públicas, não se sabe que destino teve e para que fim serviu.

Bem, o que isto tem a ver com a Lapa e, em especial, com a Vila Romana?

Muita coisa!!

Neste projeto de lei, conforme expôs a representante do MDSP, as macro-áreas e suas principais características, definidas em 2002, foram retiradas. As macro-áreas determinam, para cada setor da cidade, as características de preservação, contenção, qualificação de urbanização consolidada, expansão com estruturação, as quais orientam a Lei de Uso do Solo. Ao retirá-las, “abrem-se as porteiras” para alterações arbitrárias do zoneamento.

Além disso, ela lembrou que os estoques de potencial construtivo (m2 que se pode construir a mais do que o permitido) já se esgotou em praticamente todos os distritos da SubLapa e em vários outros bairros da cidade. O mercado quer a revisão dos estoques, mas perguntamos: qual é a capacidade de suporte – meio físico e infra-estrutura – de nossos bairros? Não sabemos!! A cidade está saturada de área construída!!

A região da Lapa, ainda, é destino de duas Operações Urbanas de grande porte – a Água Branca e a Leopoldina Jaguaré – com o poder de mudar, drasticamente, as feições de ocupação de nossos bairros, em áreas de várzeas, passíveis de alagamento, com solos e subsolos frágeis e contaminação (em função da ocupação fabril de outrora).

Ou seja, percebe-se claramente que as propostas de alteração do PD vigente atendem aos interesses do mercado imobiliário, em uma conjuntura de escassez ou inexistência de estoques construtivos e que não coincidem com os interesses maiores da população de São Paulo em sua busca por sustentabilidade e melhor qualidade de vida.

A Vila Romana (e a Lapa como um todo) precisa ficar atenta e mobilizada se quiser preservar as características que são tão caras aos seus moradores, como fica claro nos relatos dos participantes do evento, entregues por escrito, e que indicam como gostariam que seu bairro se desenvolvesse no futuro (leiam abaixo).

O conteúdo desses relatos vai subsidiar um futuro trabalho – Visão de Futuro da Vila Romana - a ser realizado pelas entidades parceiras e outras que venham a ser agregar ao processo (foi constituído um Grupo de Trabalho), utilizando metodologia desenvolvida pelo SENAC em seu Programa de Desenvolvimento Local, apresentado no evento, por Marcos Moreira Vaz que relatou a experiência já realizada no bairro da Bela Vista.

Ainda durante o evento, apresentou-se uma pequena amostra da exposição “Portas e Janelas da Lapa” – fotos de alunos do curso de bacharelado em fotografia do SENAC Lapa Scipião e dois vídeos patrocinados pela Secretaria Municipal de Cultura sobre os bairros da Lapa e da Pompéia.

O Grupo de Trabalho, responsável pela elaboração da Visão de Futuro da Vila Romana, está aberto à participação de demais entidades que queiram se juntar ao esforço na busca de uma cidade “boa de viver”. Basta contatar as entidades parceiras ou mesmo este blog.


Textos complementares


1º.) Minha Vila Romana é assim ...

Os participantes do evento, por meio de palavras e desenhos, expressaram sua percepção da Vila Romana de hoje e como gostariam de vê-la no futuro – segue uma amostra.

“MINHA NOSSA!!”

“Ruas perigosas (trânsito intenso); transporte público demorado ou inexistente; lixo pelas ruas; entulho em lugar errado (pontos viciados), onde os próprios vizinhos jogam lixo sem nenhuma cerimônia; moradores de rua, sofrendo e jogando lixo nas ruas e nas praças; polícia demorada; cachorros sujando as ruas; calçadas tortas; falta de fiscalização (trânsito, lixo e imóveis); enchentes aumentando; bares (ocupando calçadas e fazendo barulho); jovens urinando nas paredes; rua Guaicurus imunda e depredada; árvores mal cuidadas, cheias de cupim e caindo; casas abandonadas e barulho e poluição (visual, cachorros, música e trânsito)”.

“Infelizmente: discriminatória... violenta... escura... As casas antigas com árvores com cupins, escondendo a iluminação dos postes; ruas e calçadas esburacadas; prédios imensos sem árvores (ou pequenas)”.

“Acho interessante o contraste do antigo bairro com o novo, só não podemos deixar de preservar o nosso bairro. As autoridades, junto com os moradores, não podem abandonar nossa Vila Romana”.

“Evitemos!! – Na primeira noite eles se aproximam e colhem uma flor do nosso jardim e não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem, pisam nas flores, matam nosso cão e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho, rouba-nos a lua e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta e porque não dissemos nada já não podemos dizer nada (autor: Mayakovski)”.

Como gostaria que fosse minha Vila Romana ...

“Romântica, com muita segurança, onde podemos andar pelas ruas, conversar com os moradores e não encontrar tantos prédios, com tantos roubos, assaltos e pichações”.

“A fiação elétrica é subterrânea e cada poste de concreto deu lugar a uma árvore de espécie nativa da Mata Atlântica; os córregos que eram escondidos e enterrados estão limpos e aparentes: vivos; há um sistema integrado de transporte coletivo e poucos utilizam carros; há caminhos seguros e agradáveis para quem opta pelo uso de bicicletas; a densidade demográfica é estável, não havendo mega empreendimentos imobiliários; as pessoas vivem o bairro, se conhecem uns nos outros, portanto, cuidam melhor das coisas públicas; ações culturais, intelectuais e educacionais são realizadas periodicamente e integradamente; as praças são bem cuidadas e as calçadas e ruas sem buracos”.

“Trânsito: asfalto ecológico, estacionamentos subterrâneos, edifícios com área reservada à carga e descarga dos prestadores de serviços, tombamento de alguns imóveis e cálculo da densidade demográfica para autorização de novos empreendimentos e ônibus circular gratuito que leve os moradores aos centros de compra mais próximos:
Lixo: linkar os celulares dos moradores (assinantes) a um bando de dados com CEPs, onde, por meio de SMS a população seja informada sobre os horários de coleta, cata-bagulho, etc; aplicação mais efetiva de educação ambiental, em um segundo momento “multas morais”, e, em um terceiro momento, MULTAS; ecopontos dentro de praças com entrada para veículos, essas praças com bastante árvores para abafar o som e não incomodar os vizinhos; praças próprias para animais de estimação, que podem ser dentro dos edifícios, para que não sujem as ruas; incentivo às paredes verdes , plantas trepadeiras, para combater a pichação; proibição de moradia nas ruas (indigentes devem, obrigatoriamente, participar de programas de resgate da cidadania); a prefeitura deve obrigar os moradores a manterem as calçadas íntegras; bares devem ter isolamento acústico e serem responsáveis pela segurança de seus arredores imediatos; revitalização da rua Guaicurus em todos os seus aspectos; controle de emissão de poluentes e de ruídos em todos os tipos de veículos; programa de desapropriação de casas abandonadas; multas para os barulhos de qualquer natureza e manutenção obrigatória de pintura e conservação de fachadas”.

“Um local de desejo para morar. Uma referência para os demais bairros e vilas. Um modelo de qualidade de vida. Um local onde existem valores que foram eliminados e extintos em outras localidades”.

“Sem carros! Como? Criar facilitadores para tal, toda infra-estrutura necessária, como estacionamentos perto de terminais rodoviários (ônibus) e ferroviários (trem/metrô), locais para bicicletas, escolas e hospitais de qualidade no bairro, bem como áreas de lazer (que são raras em nossa comunidade) com atividades culturais, físicas e brincadeiras”.

“Sou nova moradora do bairro. E logo gostei muito daqui. Vinha na feira, depois virou passagem para minha academia e logo comprei minha casa aqui. Imagino que a Vila Romana poderia ser e continuar sendo um exemplo para essa mega cidade que é São Paulo. Aqui, encontrei um pouco mais de qualidade de vida, pessoas menos estressadas com o próximo. Imagino que possa ser um bairro limpo, bonito, arborizado, enfim respeitando todos nós. Isso já existe, mas ainda nem todos enxergam. É verdade que, se cada um fizer um pouco, pode ser o ideal de bairro em São Paulo. Tenho diversas idéias, mas acredito que as coisas se constroem como poucas coisas e aos poucos. Achei ótimo esse projeto “meu vizinho está de olho”. Mas, e a limpeza, as calçadas quebradas, o lixo jogado em qualquer lugar, a iluminação... tem muito prá melhorar. Novos empreendimentos como restaurantes, espaços culturais estão de olho neste bairro. Se ele crescer com a ajuda e o cuidado de seus moradores, com certeza será compensador para todos”.
“Um lugar gostoso de morar. Lugar onde tenho identidade. Isso significa que na Vila Romana sinto-me integrada, amparada por meus amigos e parentes. A Vila Romana é um bairro dinâmico, onde é possível compartilhar afetos”.

“Com projetos sociais que unam os amigos (bairro); melhoria da praças, com ambientes sem perigo para todas as idades; com tranqüilidade para se andar a pé, para fazer compras e caminhadas”.

“A Vila Romana ideal seria composta de ruas arborizadas, cuidadas, com calçadas bem pavimentadas, sem lixo espalhado, totalmente iluminada, com segurança 24 horas, com praças limpas, com projetos participativos objetivando a inclusão, principalmente social. Um bairro que tivesse como princípio básico o respeito às pessoas, a ocupação ordenada de seus espaços e a atenção dos dirigentes eleitos por meio do voto de seus moradores”.

“Eu gostaria que, não só na Vila Romana, mas em todo o Brasil, as pessoas fossem mais honestas e os nossos políticos tivessem vergonha na cara! Só assim, com pessoas educadas e honestas, o Brasil e a Vila Romana seriam um paraíso, com bastante flores, ar limpo, sem mendigos nas ruas, todas as pessoas seriam felizes. Eu amo o Brasil e principalmente a Vila Romana, onde moro há 58 anos. Quando as pessoas se amarem mais, aí sim seria como eu gostaria de ver a Vila Romana: bem formosa”.

“Com menos violência. Que as pessoas tivessem mais respeito com os imóveis antigos e cuidassem mais das plantas, tivessem mais respeito com os idosos, não se permitisse a instalação de antenas de celular; olhassem com mais cuidado para a captação da água de chuva que é jogada nos córregos”.

“É linda! Precisa muito dos nossos cuidados e atenção. Nós, moradores, devemos nos unir para que ela não mude tão rapidamente. Aceitamos, logicamente, todo tipo de progresso, mas que ele venha com o equilíbrio da sustentabilidade”.

“Comunidade mais unida, participativa e atuante (tanto pessoas físicas quanto empresas e órgãos públicos); incentivo à participação e trabalho voluntário;


2º.) Intervenção do Núcleo de Ação Local Vila Romana

MEMÓRIAS DE TODOS NÓS!!

Nós, do Núcleo de Ação Local Vila Romana, nos sentimos muito honrados e satisfeitos em estar fazendo parte deste “Diálogo sobre a Vila Romana” e agradecemos ao SENAC - Lapa pelo convite.

Sempre voltados à comunidade, hoje podemos perceber um pouco mais o quanto nossa luta e seriedade estão sendo reconhecidas em prol da nossa Vila Romana.

Um dia, um homem caminhando pelas ruas do bairro se viu viajando nas suas lembranças, olhava para as esquinas, olhava para as ladeiras, olhava para todos os lados e voltou no tempo:

Fui criança e brinquei com meu carrinho de rolimã descendo as ladeiras do bairro, e meus amigos correndo ao meu lado e gritando de tanta alegria, só parava no muro de alguma casa no final do trajeto ou no pára-choque de algum carro estacionado ali. Passava um tempinho e aparecia a Baratinha (aquele Fusca da Polícia), e todo mundo saía correndo e xingando aquele suposto vizinho que tinha chamado a viatura, logo passava o sorveteiro com o carrinho pesado e todos corriam para ajudá-lo a subir a ladeira, e lá em cima ele nos dava um Picolé como agradecimento, mal sabia ele que a gente fazia aquilo só pelo Picolé, que era disputado por todos. E sempre tinha aquele garoto que passava por nós esnobando um Eskibon, (que não entendo até hoje como ele não morreu engasgado). Tinha também a pipa, o papagaio, a raia, a capucheta, a bicicleta, o pião, a bolinha de gude e nossa indispensável e inseparável bola de futebol, “como a gente corria atrás daquela redonda” e todos se achando os craques do pedaço. A gente brincava de esconde-esconde, pega-pega, beijo-abraço-aperto de mão, queimada, mãe da rua, e muito mais, sempre meninos e meninas juntos, sim, brincávamos juntos com as meninas. Como era divertido, principalmente porque ninguém gastava nada com estas brincadeiras, existia amizade no ar e a preocupação dos nossos pais eram outras. Fomos crianças, brincamos na rua, fizemos amigos, cultivados até hoje, sem medo, sem preconceito, e, muito menos, sem a sensação de insegurança. Nenhum pai ou mãe tinha o pesadelo da incerteza da companhia de quem estava com seu filho ou sua filha, tanto quanto temos hoje, diga-se de passagem, que quase temos que apresentar nossos antecedentes criminais a toda hora, pois já não temos a menor idéia de quem somos, de quem são nossos vizinhos!

E nesse meio tempo, quase que entre um suspiro e outro, o homem se viu ali, parado, e na sua frente uma pessoa totalmente estranha, caída, jogada no chão por alguém mais estranho ainda, esperando por socorro, e muitos passaram, e nada fizeram, uns, porque acharam que era mais um pedindo esmola e outros porque talvez achassem que era alguém fingindo que necessitava de auxílio. Uma total ignorância dos fatos, por medo, por receio, pela insegurança que vivemos.

Em que lugar aquele homem estava? Quem ele achou que era aquela pessoa? O que será que passou pela cabeça dele naquela hora?

Instantes atrás, estava recordando momentos da sua infância e de repente não sabia quem é essa pessoa caída ali no chão!

Então aqui, chamamos a atenção de todos, porque estas não são só as recordações de um homem, mas de muitos que estão aqui hoje, são fatos que nunca mais viveremos, virarão lendas, folclore, histórias para os netos.

Por que é muito difícil imaginar que um dia pudemos brincar, correr, andar de bicicleta e tantas outras coisas livremente por nossas ruas? Antes tranqüilas, e hoje tão sobrecarregadas, tão assolapadas pelo intenso tráfego de veículos e transeuntes que o progresso trouxe, pelas incorporadoras que invadiram nossa Vila Romana, como sendo um “BAIRRO COM CARA DE CIDADE DO INTERIOR”.

Não estamos aqui, hoje, neste evento, que será o início de uma luta pela transformação da Vila Romana, pedindo para voltarmos atrás, pedindo para voltarmos no tempo, estamos sim, pedindo para que se faça uma avaliação melhor do que queremos para a nossa Vila Romana amanhã!

Esta é a visão de futuro do NÚCLEO DE AÇÃO LOCAL VILA ROMANA com o PROGRAMA “Meu vizinho está de Olho!”.

3º.) MANIFESTO entregue pelas entidades parceiras

A qualidade de vida dos moradores da Vila Romana está comprometida, devido:

- ar poluído
- desrespeito ao direito de fruição da paisagem
- trânsito caótico e poluição sonora e de gases
- falta de saneamento básico
- coleta e destinação precária ou inadequada do lixo
- existência de grande número de áreas contaminadas
- degradação do que restou de matas nativas e ciliares
- ocupação irregular de áreas de mananciais
- excesso de impermeabilização e poluição difusa (lixo e entulho atirados nas ruas e nos córregos, causando enchentes).
- desatenção com praças, jardins, canteiros e arborização urbana (poda inadequada, fiação caótica de todo tipo, árvores aprisionadas pelo concreto)
- calçadas degradadas e inacessíveis (verdadeiras armadilhas)
- pouca racionalização de consumo de água e energia nas edificações públicas e privadas e
- falta de programas eficazes de educação ambiental em escolas e lugares públicos.

Nosso bairro vem sendo ocupado de forma pouco inteligente, desconsiderando-se a capacidade de suporte do território o que tem comprometido o meio ambiente, a qualidade e a perspectiva de vida digna para moradores, comerciantes e trabalhadores na região.

Diretrizes:

. Introduzir, progressivamente, diretrizes políticas, baseadas no conceito de sustentabilidade, como um tema estratégico para a manutenção da qualidade de vida humana e preservação do planeta;
. Enfrentar quatro problemas estratégicos:
(1) rede estrutural viária e rede estrutural de transporte público coletivo;
(2) rede hídrica ambiental;
(3) habitação popular e regularização fundiária (política habitacional)
(4) preservação ambiental e dos mananciais (política ambiental);
. Adotar o conceito de equilíbrio urbano, desenvolvendo intervenções no bairro que vinculem o potencial construtivo à capacidade de suporte da infra-estrutura urbana por meio do cálculo de capacidade de suporte;
. Promover a mistura de usos do solo no território do bairro quando tal se mostrar factível;
. Investir em logradouros e espaços públicos que valorizem pedestres e ciclistas e não apenas a circulação viária;
. Adotar o instrumento conhecido como Planos de Bairro, como detalhadores do Plano Diretor com perímetro definido pela Subprefeitura incorporando ao planejamento as demandas e aspirações dos moradores;
. Desenvolver a consciência crítica dos cidadãos por meio do aprofundamento da educação formal e informal, tendo como referência a cidade e suas riquezas históricas, naturais e arquitetônicas;
. Descentralizar a riqueza por meio da descentralização dos empregos na cidade;

E em especial:

1) Respeito à Capacidade de Suporte do Território

É fundamental que os projetos urbanísticos e as ações previstas em ambas considerem a capacidade de suporte dos territórios onde se inserem, levando em conta o relevo e a fragilidade do meio ambiente subterrâneo, as variáveis climáticas, a fruição da paisagem, a infra-estrutura viária existente e prevista e a preservação do patrimônio cultural, histórico, arquitetônico e industrial da região.
O mesmo raciocínio é válido para a necessidade de mapeamento do solo e subsolo da região, para garantir um responsável e seguro adensamento construtivo, onde ele ainda for possível.

2) Planos de Bairro

É importante que a concepção das intervenções no perímetro da Subprefeitura da Lapa seja precedida pela elaboração e execução de Planos de Bairro, cujos resultados subsidiarão as proposições, levando em conta, também, as aspirações da população. (Visão de Futuro - Rede Social - daqui a 10 anos)

3) Matriz de Transporte e Mobilidade

A definição de uma política setorial de transporte e mobilidade municipal e de caráter metropolitano (rede estrutural viária e rede de transporte público coletivo) apontará os principais gargalos enfrentados na região oeste da cidade.

4) Rede Hídrica Ambiental

O mesmo vale para a necessidade de elaboração de projetos e planos de macro e micro drenagem que, de forma preventiva e corretiva, lidem com os graves problemas das enchentes em nossa região.
Há a necessidade de evitar o adensamento construtivo exacerbado, responsável, dentre outros fatores, pelo surgimento das ilhas de calor urbanas (ICUs) que têm influência direta na ocorrência de eventos extremos como as enchentes que têm nos afligido.
E garantir a permeabilização do solo, mantendo as áreas de caráter residencial e mistas de baixa densidade de ocupação, fundamentais para a manutenção do equilíbrio climático urbano.

5) Convivência

A existência de espaços de lazer e convivência urbana, a exemplo dos parques já implantados e em implantação exige o tratamento prévio das áreas de implantação (quando for identificado passivo ambiental) e a execução do projeto definido, preservando o entorno desses espaços enquanto paisagem a ser desfrutada por toda a população.
O tema da convivência vincula-se, também, à disponibilidade de mobiliário urbano de qualidade e em quantidade suficiente para atender às demandas da população.

6) Patrimônio Industrial da Lapa

O resgate e a preservação da memória dos bairros, garantindo a permanência de referências peculiares a cada um deles, testemunhos de ciclos da história de sua formação.
O processo de tombamento implica na definição, por parte do Poder Público, de propostas para utilização do bem tombado (envolvendo articulação com o setor privado) de modo a lhe dar uma destinação nobre, reinserindo o edifício na malha urbana e preservando suas características e sua estética industrial.

7) Segurança

O tema da segurança, tão caro aos cidadãos e cidadãs da Vila Romana, cada vez mais se exacerba face ao crescimento urbano pouco inteligente da região, que tem desfigurado a conformação dos bairros e sua identidade. Será necessário reforçar o efetivo policial e adotar medidas preventivas que garantam a qualidade de vida da população.

















11 de abril de 2010

Diálogo sobre a Vila Romana - Estratégias para o Desenvolvimento Sustentável do Bairro

Neste momento, em que o Legislativo Municipal retoma a discussão da revisão do Plano Diretor de nossa cidade (vide informações neste blog), a sociedade civil organizada da Vila Romana (Lapa) convida a todos e a todas para discutir a visão de futuro do bairro, baseada nos princípios da sustentabilidade ambiental e social. É nossa humilde pretensão realizar um trabalho que sirva de referência para os demais bairros da região da Lapa. Seria uma honra contar com a presença daqueles que têm lutado por uma cidade justa e sustentável.

CONVITE

19 de Abril de 2010 - 19h30 às 22h00

Programação

- Abertura: Programa de Desenvolvimento Local na Vila Romana e a experiência do bairro da Bela Vista (Senac São Paulo)

- Vídeo: exibição de documentário inédito sobre a Vila Romana

- Palestra: Conceito de Bairros Sustentáveis (Arq. Lucila Lacreta - Movimento Defenda São Paulo)

- Palestra: Papel das comunidades organizadas no processo de Desenvolvimento Local dos bairros e da cidade (Prof. Dr. João Clemente - Sociólogo)

- Formação do Grupo de Trabalho para a construção da Visão de Futuro da Vila Romana para 2020

- Encerramento

Exposição Fotográfica

“Portas e Janelas da Lapa”
(fotos feitas por alunos do curso de bacharelado em fotografia do Senac Lapa Scipião)

Local

Auditório do Senac Lapa Faustolo – Rua Faustolo, 1.347 (Entre as ruas Aurélia e Scipião)

Organização

SENAC Lapa, Movimento Defenda São Paulo, Núcleo de Ação Local da Vila Romana (Nal), Conselho de Segurança da Lapa (Conseg) e Mover Lapa.

Apoio

CIESP Oeste

Informações e Inscrições

Senac Lapa Faustolo
Rua Faustolo, 1347 – Vila Romana
Fone: 2185-9800
E-mail: lapafaustolo@sp.senac.br